8.8.09

Morram, indies!

As coisas são belas não porque possuem alguma coisa que as tornem especiais. As coisas são belas porque existem. Da dor mais visceral ao prazer mais sublime, as coisas são belas porque existem, porque são fruto de um acaso que as tornam únicas. Frente a todas as possibilidades do mundo, aquela música do Michael Jackson possui justamente aquele ritmo, nem mais rápido, nem mais lento, e também aquela história de Kafka, em que o homem é um inseto, em que o inseto somos nós, cada palavra esta ali e nada pode mudar isso, nada pode mudar o futuro de Gregor Samsa. As coisas são belas porque existem, porque aconteceram, e o filme do Adam Sandler não é uma exceção. Não olho para um quadro e me pergunto que sopro de genialidade pode ter dado origem a uma determinada música ou quadro ou livro ou notícia de jornal... eu simplesmente olho com olhos atentos, ouço com ouvidos de raposa, percebo que no mundo há muitas coisas, mas que cada coisa é ela só, ela mesma, que é rara em sua maneira de ser redundante. Adam Sandler não é um gênio, mas faz coisas que existem. Isso é suficiente para chorar em "Click" e sua história nietzschiana. Não é Nietzsche que a torna bela. Ela é bela porque existe. Por isso me sinto feliz ao olhar ao redor do mundo e ver as coisas simples, por isso aproveito-as uma a uma, por isso sinto o cheiro do orégano e do tomilho e sei que só eles possuem aquele cheiro, ainda que possuam a mesma cor. O tomilho é belo, sem ser genial; a vida é bela, sem ser obra de arte.

3 Comments:

Blogger Mura said...

Pede emprestado pra Lais o filme "Dawn by Law". Acho que tem muito a ver com isso que vc escreveu.

3:09 da tarde  
Blogger Mura said...

http://www.imdb.com/title/tt0090967/

3:10 da tarde  
Blogger Liévin said...

Eu gostaria de ter escrito isso daí.

4:08 da tarde  

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