15.9.07

O poema fede

Na incrível tessitura
de células
delineadas e
megalodesenvolvidas
- onde a capacidade
de absorção é estrondosamente
multiplicada
devido ao formato irregular da
membrana plasmática
que aumenta a superfície de
contato - há uma massa negra
escondida
que caminha pela luz
de dentro dum duodeno
de emoções – espasmos
de felicidade, booms de alegria,
químicas de satisfação – num
caminho tortuoso
e praticamente infindável
onde a energia humana
se esvai em carbonos e restos
que de nada prestam ao
belíssimo e escultural
corpo de homem, perfeitamente
e incontestavelmente
esculpido pelo ser
que criou nosso universo
metafísico de dores, fedores
e rimas infames:

eis o retrato prolixo de
um poeta
sobre
o trono
da eternidade.

e, pra variar,
o poema fede