4.1.08

Nunca estivemos
certos e nunca
estivemos errados.

A noite cai e não há
nada no mundo
que me faça pensar
o quanto ela é clara
pra mim.

Se você acredita em holofotes,
eu não me importo. Quero
antes sorrir como quem
se deixa enganar
pela maior mentira de nossos
dias pós-marxistas:
a verdade!

Objetividade eu masco
como chiclete
e a moldo entre
meus dentes sujos
e minha língua afiada. Tudo que
é dizível é maleável. No que cremos,
perecemos.

Todos os homens do mundo
são pequenos e
inúteis otários que ruminam
o discurso que lhes massageia
a virilha escondida dentro
duma caixa redonda
de cálcio.