31.3.08

sobre as coisas, o amor e suas ironias

Quando eu via coisas novas
e pensava
,submerso em suas formas de luz,
"como seria tocá-las com a ponta da língua?",
era mesmo porque eu
começava a ficar louco. Eu
sonhava como seria o
gosto da cor vermelha
sob o toque do paladar
(saborear o sangue que se insinua debaixo dos lábios rosados).

Mas agora eu estou são,
e minha boca se fechou junto com minhas pálpebras.

Agora eu não sinto nada
,não quero sentir nada,
e o que era um pequeno orgasmo do desconhecido
(a estética redescoberta pela cabeça do meu caralho)
se transformou nesta fria
faísca de linguagem: poema, arte assassina.