25.10.08

As coisas tem se fechado
como pedras
se fecham umas
às outras
em estacionamentos
de pedrinhas. Nunca há
desenhos no chão,
mas eles
sempre estacionam no
mesmo lugar.

Eu aprendi a ficar
parado olhando
as pedras
caírem quando
você as solta
pra cair no lago. Faz
ondinhas, inclusive.

As ondinhas morrem logo
em seguida. Elas são concêntricas
e se espalham lentamente.
Aí elas somem, elas
morrem.

Nem toda morte é abrupta. Nem
todo mundo que morre
tem dentro de si
uma fúria. As baratas às
vezes são mais furiosas
quando morrem
com rodasol
que um homem que leu
Marx a vida
toda.

E sabe de uma
coisa? A minha
fúria é minha
morte, é minha
saudade e
a calma solidão.