23.7.08

Do que diz o silêncio

Todos os dias em que
meus dedos dóem
e meu olho
dóe e meus
pés sangram e minhas
gengivas salivam
ferro e chagas
na ponta da
língua, todos esses
dias eu sei que tudo
se vai e não volta,
e que as pessoas
se vão com seus corpos
e na memória de cicatrizes
só o que fica é o
novo;

ela me ama
,eu sei,
como quem chora sozinha
no aconchego do quarto
e queria morrer
rasgada pela
fúria do
próprio
corpo.