27.8.12

como um sonho, ou uma febre

E as luzes do mundo,
alcançam o longe
de teus sonhos?

Quem pode dizer
aonde vai, em dias
que ficar
é uma espécie de viagem?

Tenho olhos noturnos,
como os de um gato,
mas a luz que os toca
é negra como o pensamento de um cego.

Ver não é suficiente. É preciso
tatear a luz. É preciso tocar
o fogo. É preciso engolir
o mundo. É preciso
consumir-se.

O suor de seus olhos,
de onde brota?

É dia ainda, aqui, onde
a sombra é silêncio.




Sente este calor na pele chamado mundo?
Talvez o sonho seja um dia a arder em febre.