27.9.07

Corpo e Silêncio

I
Caladas, as
mãos nos
dizem mais que
o barulho das
palavras – o coração
é uma bomba de
chumbo que
explode no
silêncio da
madrugada.

II
Há no silêncio
uma armadilha
de que o coração
não escapa: cada toque
da língua é o gume
de uma faca.

III
O sangue corre
nas veias como
a brisa pelas
casas: o silêncio
inunda o corpo
como um
incêndio que
se alastra.

IV
O vento invade
a boca quando
se separam as
duas línguas: a palavra
nasce onde dois
corpos amando
se trincam.

V
Se o sol nasce
entre os prédios
da cidade, um circo
de silêncio
se apaga: o amor
eterno é uma
piada mal contada.

2 Comments:

Blogger Mura said...

Kra, gostei muito disso aih q vc fez. Soh naum entendo bem a PALAVRA da qual vc fala, naum sei, deu zique-zira...

A propósito, novas tirinhas saindo do forninho da Eliana.

1:59 da manhã  
Blogger Pina said...

a palavra é o poema que diz, mas não vive. é o amor que nasce de uma utopia: a simples utopia de... amar! o silêncio é prático: age na carne, explode o coração. É algo como "não adianta falar do amor, se esse amor não existe... só existe enquanto palavras..." a série de poemas sobre o silêncio é sobre o amor livre, porque o amor livre só existe no momento em que acontece, quando as pessoas estão juntas... sozinho, não existe amor... existe querer amar... e querer amar é uma coisa muito platônica... fora da realidade... é dessa Palavra que falo: o amor que se diz, mas não se faz

8:16 da tarde  

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