17.6.07

Explosão de silêncios

I
O tempo rasga no
meio os barulhos
da cidade: é o toque
do efêmero
invadindo
a eternidade.

II
O fogo transforma
em cinza um circo
de silêncio – é o preço
imposto pelo
rio de magma
de um beijo.

III
O peito explode
por dentro como
o barulho de um
vulcão: é o magma
de teu sangue sob
o silêncio do
toque das mãos.

IV
Saliva que escorre
de um beijo, mar vermelho
entre as ondas de teus
seios – o corpo em brasa
se afoga em magma
de silêncio.

V
O sopro da
brisa dissipa
o fogo de um corpo
de terra – é a chuva
fria da madrugada
que cai sobre a
selva de pedra.

VI
O tempo se move
como um
sussurro que corre
no vento – o barulho
,quando explode,
ecoa em momentos
de silêncio.