27.4.08

a fragilidade das coisas

O acaso é a única
regra; se o sol está ali
quando o mundo renasce
em teus olhos
de remela, tudo
isso é mero
acaso; se ela sorri
e chama teu nome
quando entre-pernas
a penetra, é só acaso
que nem Deus
nem ninguém na Terra
explica.

A fragilidade
das coisas nos cerca; a
jura de amor, o
beijo matinal, um gole de
café, todo um mundo
de fragilidades se anuncia
enquanto o sangue corre
quente em tuas
veias.

Tão frágil
quanto uma reza de
joelhos, um elefante
solto pelas ruas, a ira
de sua mãe
quando se esquece do
agasalho; tão frágil quanto
o desenho que
as estrelas fazem no
céu, o sorriso
enrugado de
teu avô que
resiste num
asilo; frágil
como o
perfume
de teus
pés
sobre
uma pilha
de rosas:

o peso do mundo
preso a um fio de cabelo
de nossas
cabeças.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Muito bom!
ou melhor...sempre muito bom!!

12:22 da manhã  
Blogger Mura said...

Bom... bem pensado... o acaso é natural. Certo?

1:12 da tarde  

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