4.6.08

a confortável incerteza das coisas

Parece até que
a vida
puxou o freio de
mão.

Mais um ano
perdido entre
um cigarro fedorento,
uma garrafa
de cerveja
e uma dose
de cachaça.

Nada no mundo
parece
devolver pra mim
aquele tesão de
quando eu
queria navegar
em caravelas com
Colombo.

A barba
branca, os olhos
transparentes - meus
óculos são frios
como a costa
da Islândia.

Nada de novo
quando eu conheço
tudo o que
desconheço com
uma estranha familiaridade.

É que essa estranha
vida de cautelas
,o diagnóstico da inconsistência das coisas,
me faz pensar que, se amanhã
meu pai morrer e
seu soriso
policial não mais surgir
aos finais de
semana uma vez por
mês, isso não
será surpresa nem tristeza,
apenas a frágil
consistência
das coisas.

Tudo é comum
porque tudo
é provável.

Ah!, pequenas coisas da vida,
vocês seriam mais
incertas se
tivessem
sido uma
certeza.

1 Comments:

Blogger Mura said...

Faz sentido.
(parafraseando "tudo é comum pq tudo é provável")

2:42 da manhã  

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