2.7.07

Fumo para
morrer. Não é triste, nem
heróico, nem
sublime – é só um êxtase
da morte que já trago
no peito. Causa-me
um mal estar a
fumaça, uma tontura,
um torpe, e é essa
a graça de
tragá-la: sentir-me
fogo por dentro e sorrir
por futilidades.

Um prazer
que degustamos
aos poucos: suo,
e a vida me
sai pelos poros; choro, e
a vida me vaza os
olhos; gozo, e a vida
corre por minha
uretra até o
ralo de uma
vagina qualquer.

É minha
amiga de
madrugadas,
um gole de
café:
a morte
nasce no
peito e rasga
no meio a
eternidade.