18.2.10

com você, vivendo

I
Morando debaixo do sol
e das estrelas queimando
os teus beiços,
sinto certo, sinto bem

abra as mãos para o céu
porque os corações podem nos dar
as mãos, e a luz e a escuridão
todas juntas, e todo o resto
é pó.

Se você viesse sem saber,
sem lembrar que as estrelas
estão lá enquanto caímos, e é isso
que delas deve ser.

O que faz o som,
o que treme o chão, não é
maior que Deus?

Luzes abaixo, abra os braços
caindo
que o resto todo é
pó.


II
Venha abaixo, além das estrelas,
o sopro vazio de quem está só,
sentindo-se bem, sentindo-se
assim, o resto todo
está lá.

Coisas perfeitas sobraram, dobre
as mãos, que o mundo gira,
não somos escravos.

A LUZ E A ESCURIDÃO
OOOOOOHHHHHH
segure em minha mão
que o resto não
é nada.

III
Se nós viéssemos sem saber,
a cor dos olhos do céu enquanto caímos
(e será que deveríamos?)
o que nos prende ao chão,
muitas crianças tremendo o chão,
gigantes como Deus.

Corações cegos caminham por um campo
onde a luz e a escuridão
são como o mar e a terra
e o resto todo
não é mais que
pó.

IV
Mentindo além do sol,
e tudo o que resta é o cérebro,
sentindo bem, sentido certo, estando
lá, bem ali.

Coisas perfeitas sobraram, borboletas
são escravas.

Corações selvagens podem segurar
suas mãos, e nunca
os entenderemos.

A luz e a escuridão,
sobre o resto está
o pó.

V
Se nós viéssemos sem entender,
eu me lembro,
as estrelas caíram (e nós caímos)
e quando eles viraram e as crianças
cravaram os pés na terra, qualquer
criança pode fazer,
aquilo que treme o chão, não é
a mão de Deus?

QUE A LUZ E A SOMBRA
são como solitários
sobre o mar
e todo o resto,
foi-se embora.