3.2.10

SOCOS NA CAMA ME FIZERAM AS MÃOS SANGRAREM

A CABEÇA A ROLAR
deus deus meu
RARTURÁÇAS
Crack O pneumo-osso
de dentro
do NARIZ: SANGUE POR TODA
PARTE;

QUEM? O mundo
esgueirou-se RRRRRRRRRRR
RTRU brumindo
o céu a regurgitar
os Deuses da
boca dos abismos: SÓLON, FAUSTO, MARX

Diabos me mordam E ARRANQUEM MEUS MAMILOS
E PRENDAM-ME EM GANCHOS DE AÇOUGUE
E ME AÇOITEM POR TODA A NOITE
E ME LEVEM AMORDAÇADOS

que é só com a boca cheia
que a poesia nasce, e seu parto sangrento
e mucoso erguerá sobre a terra
os JOELHOS FIRMES e as raízes
são unhas:

QUERO um mundo de joelhos a mim
SOU pedaço de carne regurgitada por Deuses
COMO fezes em meu quarto
SANGRO como os pombos mortos pelas estradas
VIVO ao abraçar meus amigos com com facas afiadas
MORRO se não tiver em mim uma dor crônica

FRICÇÔES FREMIDOS FREIOS A DISCO
a palavra é o atrito do
sangue com a garganta É O VENTO
VERMELHO ESTENDIDO SOBRE AS MONTANHAS
é a terra rachando e cuspindo mágma
VRU-CRA-CREI
CRÂNIO

o som de cabeças explodindo na madrugada

e o choro longínquo dos manicômios