Não me reprovem na banca de mestrado
Eu vejo os homens e seus
desejos de liberdade
como quem olha
os leões
enjaulados e se
pergunta pra quê
que há tanta
juba?
Vejo os poetas
e seus
dias perturbados
em que as
estranhas pessoas
morrem e passam
pela rua carregadas por
fúnebres passantes
(nas costas da vida,
o mundo por sobre
um caixão
aos domingos! Adeus,
vovô, não se despeça
antes de
se despedir da
empregada
que bulinaste!)
e não há
muito do que lembrar,
dos poetas.
As noites escorregam,
o sopro do cigarro
faz desenhos, como
as nuvens fazem
desenhos, como
os pássaros desenham
nas nuvens
sua passagem que não
alcança o longe-longe
do céu. Está
escuro. Onde estou
eu, em pleno sol
do meio dia, preso
sob o teto que chamo
de lar e com o conforto estranho
dos homens livres
(como os porquinhos
fujindo do lobo
mau, que come
a chapéuzinho e no fim
todo conto de fadas
é uma grande
prova de que o imaginário é
nosso mais pesado grilhão).
Por sorte os homens
precisam comer rosquinhas,
dirigir carros, fazer
sexo, ouvir música - fazer músiva - ler
poemas, contar histórias
deixar-se contar na
boca dos outros,
fofocar, ouvir sussuros, botar
o ouvido na parede para ouvir
o gozo dos morcegos
sob as telhas
entre a laje e as estrelas
de que fogem (eles voam, mas
se escondem em cavernas,
como os homens); se não fosse
por esse monte
de inutilidades, acho que viveríamos
de dor alguma e estaríamos
condenados a fazer
literatura só com palavras,
sem matéria prima - sem
matéria prima (sem matéria
prima).
Eu vejo os poetas
como quem vê libertinos fodendo
com a própria vida; eu vejo
meus olhos como quem se
olha no espelho (só no
espelho, meus olhos)
e sei que o poeta
é um ser desprezível, um
ser desprezível, que não
sabe o que
faz da vida
(e que se soubesse, que sentido
haveria!?).
Libertar-se é a
arte de construir
prisões.
(sob os passos de quem ouve,
sob os passos de quem ouve,
sob os passos, toc toc,
aloha, mama mama, nada
manda a falta
de plllllllllllll111111
psiu, psiu, alô,
roça, parede, moinho de vento
cavalo, dom quixote
eu não te vejo
sem BRU BRU,
quem sussurra!?)
desejos de liberdade
como quem olha
os leões
enjaulados e se
pergunta pra quê
que há tanta
juba?
Vejo os poetas
e seus
dias perturbados
em que as
estranhas pessoas
morrem e passam
pela rua carregadas por
fúnebres passantes
(nas costas da vida,
o mundo por sobre
um caixão
aos domingos! Adeus,
vovô, não se despeça
antes de
se despedir da
empregada
que bulinaste!)
e não há
muito do que lembrar,
dos poetas.
As noites escorregam,
o sopro do cigarro
faz desenhos, como
as nuvens fazem
desenhos, como
os pássaros desenham
nas nuvens
sua passagem que não
alcança o longe-longe
do céu. Está
escuro. Onde estou
eu, em pleno sol
do meio dia, preso
sob o teto que chamo
de lar e com o conforto estranho
dos homens livres
(como os porquinhos
fujindo do lobo
mau, que come
a chapéuzinho e no fim
todo conto de fadas
é uma grande
prova de que o imaginário é
nosso mais pesado grilhão).
Por sorte os homens
precisam comer rosquinhas,
dirigir carros, fazer
sexo, ouvir música - fazer músiva - ler
poemas, contar histórias
deixar-se contar na
boca dos outros,
fofocar, ouvir sussuros, botar
o ouvido na parede para ouvir
o gozo dos morcegos
sob as telhas
entre a laje e as estrelas
de que fogem (eles voam, mas
se escondem em cavernas,
como os homens); se não fosse
por esse monte
de inutilidades, acho que viveríamos
de dor alguma e estaríamos
condenados a fazer
literatura só com palavras,
sem matéria prima - sem
matéria prima (sem matéria
prima).
Eu vejo os poetas
como quem vê libertinos fodendo
com a própria vida; eu vejo
meus olhos como quem se
olha no espelho (só no
espelho, meus olhos)
e sei que o poeta
é um ser desprezível, um
ser desprezível, que não
sabe o que
faz da vida
(e que se soubesse, que sentido
haveria!?).
Libertar-se é a
arte de construir
prisões.
(sob os passos de quem ouve,
sob os passos de quem ouve,
sob os passos, toc toc,
aloha, mama mama, nada
manda a falta
de plllllllllllll111111
psiu, psiu, alô,
roça, parede, moinho de vento
cavalo, dom quixote
eu não te vejo
sem BRU BRU,
quem sussurra!?)