27.8.12

como um sonho, ou uma febre

E as luzes do mundo,
alcançam o longe
de teus sonhos?

Quem pode dizer
aonde vai, em dias
que ficar
é uma espécie de viagem?

Tenho olhos noturnos,
como os de um gato,
mas a luz que os toca
é negra como o pensamento de um cego.

Ver não é suficiente. É preciso
tatear a luz. É preciso tocar
o fogo. É preciso engolir
o mundo. É preciso
consumir-se.

O suor de seus olhos,
de onde brota?

É dia ainda, aqui, onde
a sombra é silêncio.




Sente este calor na pele chamado mundo?
Talvez o sonho seja um dia a arder em febre.
REINE

REINE

REINE

sobre os mares de meus dedos
sobre os corredores estreitos do mundo
sobre os Deuses
e os mortos
sobre a solidão noturna

REINE

sobre a divisa
do SOL
sua linha invisível
e gentil

REINE

com correntes de ferro
e o sério sério olhar paternal
sobre meus olhos cansados
sobre o sangue
de meu pai
suas costas de metal
seu sono de vértebras trincadas

REINE

em silêncio, como Deus
aos berros, como um Deus
com o sol te cegando os olhos

LANÇA-TE AO INFINITO
E REINE, REINE,
REINE SOBRE MIM,
SOBRE O PICO DO MUNDO
NO ABISMO DO SER
AO ALTO, AO ALTO,
NO FUNDO FUNDO
DO CÉU

REINE REINE, reine sobre mim