as frestas da casa
Sinto falta daquela tua
velha ausência, ainda que
hoje ela seja
a única
coisa que
me reste.
Me sinto pequeno
sobre a imensidão
da minha
cama (tão triste ela
sem o lençol
vazando pelas
beiradas).
Às vezes acordo com saudade
daquela dor nas costas
de sextas-feiras,
de que eu tanto
reclamava.
Quando me cubro para dormir
nos fins de semana,
a tua ausência me raspa
a nuca com unhas
longas - e eu me
arrepio, um frio
na espinha
que vai direto
ao núcleo
da carne.
O vazio preenche
as frestras
de casa, (o vento
gelado passa por ela,
como um intruso).
Ontem coloquei o banquinho
encostado na porta da cozinha
com uma revista por cima
enquanto eu picava
cebolas. Tentei não chorar,
mas as cebolas foderam
com tudo...
velha ausência, ainda que
hoje ela seja
a única
coisa que
me reste.
Me sinto pequeno
sobre a imensidão
da minha
cama (tão triste ela
sem o lençol
vazando pelas
beiradas).
Às vezes acordo com saudade
daquela dor nas costas
de sextas-feiras,
de que eu tanto
reclamava.
Quando me cubro para dormir
nos fins de semana,
a tua ausência me raspa
a nuca com unhas
longas - e eu me
arrepio, um frio
na espinha
que vai direto
ao núcleo
da carne.
O vazio preenche
as frestras
de casa, (o vento
gelado passa por ela,
como um intruso).
Ontem coloquei o banquinho
encostado na porta da cozinha
com uma revista por cima
enquanto eu picava
cebolas. Tentei não chorar,
mas as cebolas foderam
com tudo...