Foi-se embora tua Pasárgada
Se você tiver que ir embora,
vá pra um lugar qualquer,
porque, em qualquer lugar onde você estiver,
estará ali, ainda, você.
Tanto faz se você fica ou
se vai pra Pasárgada. Aliás, pode até
ser que lá a coisa piore, porque o
Rei não anda pra muitos amigos
e as mulheres disponíveis são
prostitutas caras, feias e que não iam
te namorar - até porque, duvido que você ia
querer! E você também não ia querer
andar de bicicleta, porque sabe que
,hoje em dia, todo
mundo tem carro, e não é você
o pobretão derrotado que vai se contentar com pouco! E se
visse touro brabo, com certeza ele é que ia
montar em você. Isso se não acontecer de, na tua ausência,
a mulher que você ama acabar na cama com um cara que ela
mesmo escolheu - e pode até ser que seja eu!
Onde quer que você esteja, não vai se divertir com
pau-de-sebo, nem com história,
nem com tia velha da infância, nem com rainha louca, e se tiver
parente eles vão é te pedir
dinheiro emprestado! Ninguém vai ser criança
só de pisar ali, porque o tempo
não volta e, quanto mais passa, menos
quer e menos pode voltar.
E se um dia você ficar chorando e quiser ir pra
algum lugar melhor... aí pode esquecer, amigo! Ninguém
aqui é Manuel Bandeira, estamos em Londrina,
hoje já é 28 de novembro
de 2007 e a civilização é outra de tanto que o tempo
passou. Não precisa ir pra Pasárgada, porque aqui já existe
telefone automático, método anticoncepcional seguro
e alcalóide pra dar e vender – mais pra vender que pra dar, aliás!
E se por um acaso te der vontade
de chorar, de pular do prédio,
de mudar de casa, de fugir pra sempre, aí você
pensa nos filhos que deixou no mundo, na dívida
que eles vão herdar e no caixão que terão que
pagar, porque, hoje em dia, nem mesmo
depois da morte a gente
foge da vida.
vá pra um lugar qualquer,
porque, em qualquer lugar onde você estiver,
estará ali, ainda, você.
Tanto faz se você fica ou
se vai pra Pasárgada. Aliás, pode até
ser que lá a coisa piore, porque o
Rei não anda pra muitos amigos
e as mulheres disponíveis são
prostitutas caras, feias e que não iam
te namorar - até porque, duvido que você ia
querer! E você também não ia querer
andar de bicicleta, porque sabe que
,hoje em dia, todo
mundo tem carro, e não é você
o pobretão derrotado que vai se contentar com pouco! E se
visse touro brabo, com certeza ele é que ia
montar em você. Isso se não acontecer de, na tua ausência,
a mulher que você ama acabar na cama com um cara que ela
mesmo escolheu - e pode até ser que seja eu!
Onde quer que você esteja, não vai se divertir com
pau-de-sebo, nem com história,
nem com tia velha da infância, nem com rainha louca, e se tiver
parente eles vão é te pedir
dinheiro emprestado! Ninguém vai ser criança
só de pisar ali, porque o tempo
não volta e, quanto mais passa, menos
quer e menos pode voltar.
E se um dia você ficar chorando e quiser ir pra
algum lugar melhor... aí pode esquecer, amigo! Ninguém
aqui é Manuel Bandeira, estamos em Londrina,
hoje já é 28 de novembro
de 2007 e a civilização é outra de tanto que o tempo
passou. Não precisa ir pra Pasárgada, porque aqui já existe
telefone automático, método anticoncepcional seguro
e alcalóide pra dar e vender – mais pra vender que pra dar, aliás!
E se por um acaso te der vontade
de chorar, de pular do prédio,
de mudar de casa, de fugir pra sempre, aí você
pensa nos filhos que deixou no mundo, na dívida
que eles vão herdar e no caixão que terão que
pagar, porque, hoje em dia, nem mesmo
depois da morte a gente
foge da vida.